domingo, 12 de outubro de 2008

Círio

Hoje Belém está vivendo o dia mais especial do ano. Todo ano, nessa época, a população da cidade dobra, e quem mora aqui consegue sentir por alguns dias o que é viver em uma cidade caótica. O trânsito enlouquece, o preço das coisas aumentam, os assaltos aumentam, o barulho aumenta entre outras coisas. É claro que como tudo na vida, o Círio não é só desgraça como as que eu citei. Tem muita coisa boa, principalmente para aqueles que acreditam na estória da santa achada no meio do mato e que ao ser removida, insistia em voltar. Mas, mesmo para os que acham que é apenas mais umas das várias estorinhas inventadas pelos caboclos que não tinham muito o que fazer no século XVIII, algumas coisas legais podem acontecer. Não é exatamente o meu caso. Pra mim, esse é apenas um dos raros dias em que o supermercado não abre...
Feliz Círio pra vocês, se sobrar pato no tucupi, manda um pouco pra mim.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Eu quero sombra!

Uma coisa que me deixa muito irritado é pegar sol. Uma coisa é você decidir pegar sol e ir para uma praia. Outra é você sair de casa, limpinho e cheiroso e antes de chegar na parada de ônibus já estar precisando de outro banho por causa do sol. Eu sempre me perguntei quem foi o brilhante português que disse que essa região era habitável. Como se o clima, quente e úmido, e a incidência de raios solares não fosse suficientes para tornar nossa cidade um verdadeiro inferno, ainda temos que conviver quase que diariamente com um crime ambiental que agrava ainda mais a situação: a poda das árvores.
Quem é pedestre sabe a falta que faz uma árvore. Ao andar pela cidade e ver inúmeras árvores peladas me deixa uma dúvida: será que não existe nada que se possa fazer para evitar esse crime? Uma árvore pode estar sendo podada por inúmeras razões, mas o principal motivo para as podas é o risco que as árvores oferecem à rede elétrica. Quando as árvores crescem muito podem causar curtos na rede ao encostar nos fios desencapados. Mas isso é algo que poderia ser minimizado com a adoção de novas redes de distribuição elétrica. Com um custo adicional de instalação, que seria compensado mais tarde com uma redução nos custos de manutenção, essas novas técnicas poupariam e muita as nossas já desgastadas árvores, e com isso melhorariam substancialmente a qualidade de vida daqueles que sofrem andando pelas ruas da "cidade das mangueiras".
Eu espero que o próximo prefeito de Belém faça algo a respeito disso, e não somente nas avenidas principais da cidade, como já vem sendo feito, mas em toda a cidade, afinal quem mora na periferia geralmente são os que mais andam a pé.

Leituras a respeito do assunto:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010115040216
http://www.fgaia.org.br/texts/t-poda2.html